Como ajudar a criança a vencer o medo?

Percebo, papais e mamães, que alguns medos infantis não parecem ter fundamento e até precisam de uma investigação mais profunda, mas há situações em que a criança pode, por exemplo, ter medos muito simples, mas que não sabem lidar com eles, e é isso que o torna difícil.

Já vi um caso em que a fresta da janela do quarto de uma criança produzia um som “de filme de terror” quando o vento batia. A criança constantemente, sem saber o que fazer, corria para o quarto dos pais, e eles brigavam com a criança, exigindo que ela voltasse para o quarto e fosse dormir novamente. Pode parecer um medo bobo, mas aqueles pais não compreendiam o que a criança sentia.

A criança amedrontada ficava horas acordada sem conseguir pegar no sono. Entendi que esses pais, ao invés de menosprezar o medo da criança, poderiam ensiná-la a entendê-lo e enfrentá-lo. Até que sugeri à mãe que verificasse o fechamento das janelas do quarto da criança, se estavam com defeito, por exemplo.

Essa mãe percebeu, então, que na maioria das vezes a janela apresentava um ruído porque estava mal fechada, sendo que com frequência ela era aberta pela secretária durante a limpeza para deixar entrar a luz do sol no quarto durante o dia.

Orientei a essa mãe que o que mais produzia medo na criança era a falta de validação dos sentimentos dela, e que bastava explicar, além de MOSTRAR a ela o que acontecia quando a janela estava totalmente aberta (a força do vento), totalmente fechada (o silêncio), e entreaberta (o ruído).

Muitas vezes a criança precisa ver, tocar, sentir, experimentar para acreditar no que o adulto está falando, e não é porque ela é desobediente, mas porque diante da necessidade de exploração do ambiente e da criação de experiências para o aprendizado ela precisa estar amparada por quem a ama.

Você precisa de ajuda na criação da sua criança?

A orientação parental (ou orientação familiar) pode ser conceituada como um conjunto de estratégias terapêuticas que auxiliam mães e pais/responsáveis à compreensão das demandas de seus filhos(as), com o propósito de fomentar reflexões e nortear esses pais no cuidado e educação das crianças de forma leve e mais assertiva.

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Psicóloga Cristina Araújo